"Foi para a Casa do Pai, já cumpriu sua missão. Foi morar com a Mãe das Dores e o Padre Cícero Romão".

Dia 04 de dezembro de 2005. Ás 5:30 da manhã, no hospital São Carlos, em Foraleza-CE, deixava este mundo o Grande Monsenhor Murilo de Sá Barreto vítima de carcinoma hepatocelular moderadamente diferenciado, grau 2 de Edmondson-Steiner, padrão arquitetural cirrótico (maior diâmetro tumoral = 6,0cm).

Simples como uma pomba e repleto de uma sabedoria incalculável, passou 40 anos á frente da Matriz de Nossa Senhora das Dores, quebrando o silêncio que fazia sofrer o coração dos romeiros: gritando no altar o nome do Padre Cícero. Foi sacerdote, pai, amigo, irmão, conselheiro, professor, escritor, monsenhor do chapéu de palha e da caneca de alumínio que gritava nos altares:"Viva Nossa Srª das Dores e cantava "adeus Maria"... são inúmeras as denominações e adjetivos que se perdem no espaço do pensar, que descrevem este grande homem.
Para muitos foi o sucessor legítimo do Padre Cícero Romão Batista, e proporcionou grande bem á sociedade juazeirense, ao nordeste
e a fé romeira. Assim descreve Daniel Walker, seu amigo: "Pe. Murilo teve um comportamento típico de quem se despedia de Juazeiro, dos amigos, de seus “cantos”, pouco antes de seguir para Fortaleza onde foi submetido à operação. No falar era para que ficássemos tranqüilos, pois ele imaginava que fosse um tumor de pequena repercussão, numa extremidade do fígado. Dizia que não tinha medo da operação. O que lhe preocupava eram as consequências. Assim foi no almoço da casa de Assunção Gonçalves, de onde ela o viu partir chorando. Nos gestos, poucos, mas havia essa suspeita. Tanto Mirian, sua caseira no Limoeiro, como o Pe. Sebastião Bandeira, na casa Paroquial, referiram que nas despedidas ele percorrera a casa, os quartos e salas, como se estivesse vendo aqueles recantos pela última vez. Apesar das brincadeiras, Pe. Bandeira lembrou que eles se despediram emocionados. E assim foi também com Alzirinha, com o cachorro e com o gato. Só então, Daniel Walker o levou para o aeroporto. "
Desicou toda a sua vida á Igreja e aos romeiros; não faltam histórias de quem se encontrou com ele consolando pessoas em prantos e fazendo muitas obras de caridade que mantinha oculta desde doação de casas á tantas outras.

Certa vez fora-lhe apresentada a imagem de São Silvestre, dentro do contexto da história de Vila Fernandes, ele demonstrou muita alegria beijando a imagem. Está sepultado na Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte-CE e vive no coração de muitos.Disse ele:"Para mim, ser padre não significa ser um desencantado. Tenho alegria de minha vocação.”

 "Com Deus estás, com a Trindade já partilhas comunhão. Não te perdi, ganhei no céu um bem maior: intercessão!"

 Veja seu túmulo no vídeo:
http://videolog.uol.com.br/video.php?id=202296

* Esta postagem tem a colaboração do blog do juaonline